Os golpes envolvendo o acesso a dados pessoais estão crescendo. É bem provável que você conheça alguém que recentemente viveu algum incidente em um perfil de rede social ou sofreu pedido de extorsão por aplicativo de mensagem. De fato, os golpes de engenharia social aumentaram significativamente nos dois últimos anos. Esse tipo de fraude é aplicada por pessoas mal intencionadas que manipulam os outros para conseguir informações.
As técnicas de persuasão usadas pelos fraudadores costumam afetar principalmente os mais velhos, mas é fundamental orientar também os pré-adolescentes e adolescentes para esses riscos. Por serem nativos digitais, eles sabem bem como lidar com as interfaces dos aplicativos, mas o método adotado pelos golpistas não tem a ver com tecnologia, e sim com comportamento! Por ainda estarem aprendendo a lidar com situações do “mundo dos adultos” os mais jovens podem, sim, ser alvos dos golpes.
Neste artigo nós explicamos de que forma os golpistas atuam e como você pode conversar com sua família para evitar os principais riscos. Afinal, segurança da informação também é educação financeira!
Como funcionam os golpes de engenharia social?
Em geral, as abordagens são feitas por telefone ou WhatsApp. Os golpistas se fazem passar por pessoas conhecidas ou fingem ser representantes de bancos ou outras empresas. Após conquistar a confiança do alvo, eles pedem dados pessoais que permitem o acesso a contas bancárias e cartões de crédito. Para conseguir isso, os fraudadores se aproveitam de descuidos ou da boa fé da vítima, e acabam tendo acesso a informações sigilosas como senhas, tokens e links de confirmação. O problema é que quando isso acontece fica difícil comprovar a fraude, pois os golpistas usaram dados legítimos.
Por isso, a melhor forma de evitar fraudes é se prevenir. Converse com seus dependentes e alerte-os para o fato de que as abordagens mais comuns partem de uma aproximação pessoal, que pode até ser de alguém que eles conhecem! Isso porque têm sido cada vez mais comuns as clonagens de contas de WhatsApp com o objetivo de extorquir dinheiro de pessoas conhecidas da vítima. Os golpistas também utilizam gatilhos comportamentais como a sensação de urgência, a curiosidade por experimentar um produto novo ou exclusivo e a oferta de uma grande vantagem em troca de um pequeno pagamento.
Entre os casos mais recentes, alguns têm se destacado:
- Mensagens enviadas por SMS ou e-mail com convites para festas VIP ou outro tipo de benefícios, contendo links fraudulentos. Esses links levam a páginas que parecem legítimas, mas contêm mecanismos para capturar os dados pessoais da vítima e fazer compras indevidas.
- Falsa venda de produtos em stories do Instagram. Os golpistas invadem o perfil de uma pessoa e começam a postar como se fossem o dono da conta. Em geral, eles alegam que estão se mudando, ou um parente está saindo do país, como pretexto para oferecer vários produtos (móveis, eletrodomésticos e outros) a preços convidativos. As vítimas depositam o valor de boa fé, pois supostamente conhecem a pessoa que está fazendo a venda, mas nunca recebem o produto.
- Entregadores que digitam valores altos na maquininha e vendedores que trocam o cartão na hora do pagamento. No primeiro tipo de golpe, os entregadores de aplicativos de delivery usam artifícios para distrair a vítima e fazem cobranças de valores superiores ao da compra que está sendo entregue. Em alguns casos, a maquininha é alterada para que o visor fique apagado, dificultando a visualização. Por isso, oriente seus dependentes a sempre conferir o valor antes de digitar a senha!
No caso da troca de cartão, os golpistas observam a digitação da senha e, ao devolver o cartão, trocam por outro. De posse do cartão da vítima, e com conhecimento da senha, fazem compras usando o saldo disponível. Para evitar cair nesse golpe, lembre aos adolescentes que eles sempre devem conferir se é o nome deles que está impresso no cartão devolvido.
Como explicar tudo isso para os adolescentes?
Como você pode ver, para se prevenir dos golpes é mais importante ter atenção a comportamentos de risco do que dominar as interfaces tecnológicas. Os fraudadores exploram sentimentos humanos como a solidariedade (quando pedem ajuda se passando por alguém conhecido), a curiosidade e a vaidade (quando mandam ofertas exclusivas), a ganância (nos golpes que pedem um adiantamento em troca de benefícios maiores no futuro), a ingenuidade ou distração (quando fazem cobranças indevidas ou trocam os cartões), a confiança (ao se fazer passar por pessoas conhecidas) e o medo (em trotes que incluem ameaças a supostos membros da família).
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Por isso, é fundamental alertar seus dependentes para a importância de proteger os dados pessoais e nunca informar a senha do cartão para ninguém — nem mesmo para amigos! Combinem palavras-chave que só vocês conheçam para se identificarem em caso de alguém entrar em contato em seu nome. Por fim, avise-os que o Blu nunca entra em contato por telefone ou qualquer outro meio para pedir informações dos clientes. E mais importante: pensando na segurança dos adolescentes, nós não coletamos os dados pessoais dos dependentes.