Quem hoje é pai ou mãe de adolescentes viveu, em algum momento da sua vida, a experiência da inflação. Mas, desde que seus filhos nasceram, eles não precisaram acompanhar mudanças frequentes nos preços. Por isso, para eles é mais difícil entender o que é inflação.

Ao mesmo tempo, os adolescentes de hoje têm mais autonomia para fazer seus próprios gastos. Essa realidade pode se tornar um problema: os preços estão subindo nos últimos meses, e tudo indica que essa tendência deve se manter no futuro próximo.

Por isso, é importante conversar com os adolescentes sobre como é viver em um ambiente em que os preços mudam no dia a dia. Neste artigo, vamos mostrar algumas dicas para ajudá-los a lidar com a inflação. Aproveite para conversar com sua família sobre como cuidar bem do dinheiro em um ambiente inflacionário!

O primeiro passo é explicar o que é inflação

Pode parecer óbvio para nós adultos, mas muitos adolescentes não sabem o que é inflação. Na verdade, uma pesquisa realizada em 2020 verificou se os brasileiros entendem na prática esse conceito, apresentando a seguinte pergunta:

  • Imagine que o rendimento de seu investimento é de 1% ao ano e a inflação foi de 2% ao ano. Depois de um ano, quanto você imagina que poderá comprar com o dinheiro que ficou aplicado nesse período?

Parece simples: se a inflação foi maior que o rendimento, é claro que o poder de compra do valor aplicado será menor depois de um ano, certo? Mas quase a metade das pessoas entrevistadas (46%) acreditam que poderão comprar as mesmas coisas ou mais coisas com o dinheiro investido. 

Como você poderia, então, explicar o que é inflação para um adolescente que viveu toda a sua vida com ela mantida sob controle? 

Inflação é quando, em média, os preços de produtos e serviços sobem de forma constante. Isso é fácil de identificar na prática: é quando percebemos que os preços dos itens que mais consumimos vão subindo com frequência.

O problema é que dificilmente o dinheiro que você ganha aumenta no mesmo ritmo que os preços. Isso faz cair o seu poder de compra. Ou seja, você não consegue comprar as mesmas coisas com o salário, e o mesmo acontece com a mesada dos seus dependentes. Por isso, quanto mais a inflação sobe, mais importante é fazer escolhas e priorizar os gastos

Agora é hora de identificar os gastos e acompanhar os preços

Quando os preços estão inflacionados, fazer escolhas na hora de consumir é ainda mais necessário. Para tornar essa tarefa um pouco mais fácil, você pode conversar com sua família e separar os gastos em três tipos: essenciais, necessários e supérfluos.

Como um exemplo prático, imagine um adolescente que precisa fazer uma refeição na escola uma vez na semana. Para atender essa necessidade com um gasto essencial, bastaria um sanduíche caprichado feito em casa. Se a refeição fosse feita em um self-service ou na cantina da escola, seria um gasto necessário, que poderia ser reavaliado em caso de redução da renda. E se a refeição fosse feita naquele restaurante japonês bacana, seria considerado um gasto supérfluo.

Outro exemplo: para os estudantes que usam transportes coletivos, as despesas da passagem são essenciais. Já o deslocamento com carros de aplicativos pode ser necessário ou supérfluo, conforme cada caso. 

Um dos principais desejos de consumo dos adolescentes, os games, está na categoria dos supérfluos e deve ser reavaliado quando é preciso cortar despesas.

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Depois de identificar quais despesas podem ser reduzidas ou cortadas, vale a pena vocês avaliarem juntos quais preços tiveram as maiores altas. Isso porque a inflação oficial é uma média de preços, mas as despesas de cada família são específicas daquele grupo de pessoas e podem ser afetadas de maneiras diferentes. Para fazer isso, compare o custo de alguns itens no último mês com o realizado três meses atrás.

Por fim, nem sempre a inflação aparece em forma de aumento de preços. Um pacote de bolachas pode continuar custando o mesmo, mas ter a quantidade reduzida. Na prática, o consumidor está pagando mais, ainda que o desembolso seja o mesmo.

Como conciliar seu orçamento familiar com a alta dos preços?

Para os mais jovens a inflação pode parecer algo complicado de entender, já que eles não estão acostumados a vivenciar a experiência de preços que aumentam dentro do mesmo mês. Mas é importante lembrar que uma das funções de quem educa é impor limites. Isso vale para tudo, inclusive para a educação financeira.

Por isso, é fundamental estabelecer uma mesada adequada ao orçamento da família. Combine um valor semanal para ser usado com as despesas habituais dos adolescentes. Se os gastos não couberem naquele valor, será preciso fazer cortes, tendo em mente as diferenças entre as despesas essenciais, necessárias e supérfluas.

A mesada é o melhor instrumento para educar financeiramente seus dependentes, porque ela cria uma situação didática de aprendizado na prática. Ao dar a mesada você os estimula a lidar com um orçamento no dia a dia. Para definir quanto pagar, calcule as despesas mais comuns e dê orientações de como o dinheiro deve ser usado. No início podem acontecer algumas dificuldades, mas essa é a melhor forma de aprender: entendendo erros e acertos e corrigindo a rota sempre que necessário.

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