O tema da autonomia na adolescência é fundamental quando se trata de educação financeira. Isso porque, como sempre falamos por aqui, a melhor forma de aprender a cuidar do próprio dinheiro é na prática. O aprendizado vem com erros e acertos, seguidos de muita reflexão. Assim, os jovens conseguem desenvolver bons hábitos que levarão para a vida toda.
Mas afinal, o que é autonomia? Ser autônomo significa fazer tudo o que se quer? Na verdade, ninguém pode agir desta forma: todos nós, independente da idade, temos limites para nossas atitudes. Por isso, uma forma mais correta de entender essa ideia é buscando o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. Neste artigo, vamos apresentar algumas dicas de como fazer isso na fase da adolescência, especialmente na educação financeira.
É fundamental ter coerência e convicção
Educar adolescentes em um mundo tão complexo quanto o nosso é uma responsabilidade que gera dúvidas e inseguranças sobre qual é o verdadeiro papel dos pais e responsáveis. Isso é ainda mais difícil em relação à educação financeira, um assunto que muitas vezes nem os adultos dominam. Por isso, o primeiro passo é refletir sobre quais são os valores fundamentais para sua família, independente de qual é o seu comportamento em relação ao dinheiro. Segundo especialistas em educação, como a psicóloga Rosely Sayão, é fundamental ter convicção em relação às atitudes tomadas e se manter coerente com os critérios que foram combinados.
A maturidade acontece aos poucos
A adolescência é uma fase da vida em que a rotina dos filhos começa a acontecer de forma independente, e os momentos longe da família são cada vez mais frequentes. Isso significa que eles viverão suas próprias experiências e terão que fazer escolhas, tomar decisões e aprender, na prática, que cada ação tem consequências. O problema é que esse processo é lento e cheio de altos e baixos, como todo aprendizado. As recomendações dos especialistas para essa fase também se aplicam na hora de cuidar do dinheiro: o amadurecimento virá aos poucos, depois de muitos erros e correções de rota.
É nesse sentido que nós acreditamos em dar autonomia financeira para os adolescentes de forma gradual. Ela deve começar com uma pequena mesada, suficiente para as despesas da semana com lanche na escola, por exemplo. Aos poucos, o valor e as despesas incluídas podem aumentar, e com isso é provável que aconteçam alguns deslizes, com gastos por impulso e até um eventual estouro do orçamento… Nestes momentos, é fundamental manter a calma e aproveitar a oportunidade como uma situação didática, que sirva como aprendizado para a importância de fazer um planejamento para o uso do dinheiro, e, principalmente se manter de acordo com ele!
Toda liberdade tem limites
Mesmo os adultos, que têm total autonomia sobre suas vidas, precisam moldar suas atitudes a uma série de limitações. Ninguém é livre para fazer o que quiser! Há restrições das leis, há comportamentos que são considerados socialmente inadequados, e há atitudes que simplesmente vão contra o sistema de valores daquela pessoa e de sua família.
No caso da autonomia na adolescência, esses limites são ainda maiores. A lei não permite que eles consumam bebidas alcoólicas, por exemplo. Além disso, nessa fase se constroem hábitos importantes, que serão levados para toda a vida, como evitar comportamentos prejudiciais à saúde. Mesmo assim, muitos pais alegam que preferem permitir certas atitudes, para que os filhos não façam essas coisas escondidos. Aqui nós também concordamos com a orientação da psicóloga Rosely Sayão: a tarefa da família ao educar é servir como uma espécie de bússola para os jovens, apontando o rumo que é considerado adequado nos caminhos que eles irão escolher. Assim, à medida em que eles tenham mais autonomia, saberão qual é a direção em que devem seguir.
Autonomia é uma conquista
Agora que já ficou claro que autonomia não significa liberdade total, é mais fácil compreender por que é importante equilibrá-la com a responsabilidade nas ações tomadas. E isso precisa ser conversado o tempo todo com os adolescentes. Nessa fase, eles costumam pedir por mais independência, mas é preciso mostrar que a autonomia não é algo que se dá ao outro: ela precisa ser conquistada. Assim, cabe aos adultos ceder esse espaço à medida em que os jovens mostrarem que são capazes de agir com maturidade. No caso do comportamento financeiro, a autonomia na adolescência se traduz na capacidade de lidar com o próprio dinheiro de forma planejada e responsável.
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